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domingo, 1 de agosto de 2010

Uma jogada obscura no tabuleiro da política

A atual direção da Federação Argentina de Xadrez (FADA), que acumula dez anos de suspeitas da justiça local sobre eleições fraudulentas, expôs toda a comunidade enxadrística vernácula a uma situação internacional, cujas consequências se desconhecem, o que foi noticiado, inclusive, no The New York Times.O Tribunal de Arbitragem Desportiva (TAS), com sede em Lausane, Suiça, recebeu uma demanda apresentada pelas federações de xadrez dos Estados Unidos, Alemanha, Suiça e Ucrânia, entre outras, com a assinatura do ex-campeão mundial, o russo Anatoly Karpov, contra a Federação Internacional de Xadrez (FIDE), e que envolve diretamente a Argentina. O motivo: Os dirigentes da Federação Argentina de Xadrez (FADA), indicaram de maneira ilegítima o atual presidente da FIDE, Kirsan Ilyumuzhinov como candidato à reeleição. A eleição de um candidato indicado por uma federação só é possível se ele já tiver tomado parte dela.No mundial de 2005, em São Luís, Ilyumzhinov foi nomeado “personalidade ilustre”. A partir de então seria um membro honorário permanente do xadrez argentino, explicou Nicolas Barrera, presidente da FADA ao jornal La Nacion.Porém, fontes da província de São Luís, asseguram que em nenhum boletim oficial do Poder Executivo ou do Legislativo, há referência a esse título. Seu nome nunca foi mencionado na página oficial da FADA, nem citado em um boletim oficial.“Talvez isso não nos passou”, disse Barrera, referindo-se a Kirsan Ilyumzhinov, um multimilionário de 44 anos, traços orientais e religião budista, que está à frente da FIDE desde 1995. É presidente da República da Calmíquia e sociólogo político - provedor de gás de petróleo à Rússia e “barreira de contenção” à ortodoxia chechena do governo de Vladimir Putin.Ilyumzhinov é também dono de um avião e de vários carros de luxo. Fez fortuna após a dissolução da União Soviética, no tempo em que ninguém pagava impostos e os negócios não eram fiscalizados. Ele foi o último presidente que se reuniu com os filhos de Saddam Hussein 48 horas antes da invasão americana no Iraque.Seu rival frente ao tabuleiro político é o russo Anatoly Karpov, ex-campeão mundial e candidato opositor, que ameaça colocar em xeque a atual administração. Karpov “aparou” suas diferenças com Garry Kasparov, seu arquirrival no jogo, para que o poder e a influência dos “K” mais famosos pudessem romper com o poder de Ilyumzhinov. De um total de 160 federações votantes, Karpov reúne, a oito semanas das eleições, apenas um terço. O russo “mastiga” a frase histórica de Júlio César: “A sorte está lançada”.Na América, todas as nações enxadrísticas respondem a Jorge Vega, um cubano integrante da revolução junto a Che Guevara e Fidel Castro, e que esteve exilado no México, depois de ficar preso durante algum tempo, por contrabando de relógios. No território do presidente da Fide América, a vantagem de Ilyumzhinov é contundente, e a decisão oficial da Argentina, por sua história e peso, influencia muito.Há quatro anos Ilyumzhinov pagou de seu bolso a quantia de 17.800 euros da dívida que a Argentina tinha com a FIDE. “Não podemos traí-lo”, desculpa-se Barrera, e completa: “Talvez com esse apoio, possamos trazer a Olimpíada de 2016 ao país e me designem para um posto de honra no comitê executivo da FIDE”.O mundo do xadrez vive horas de alerta. Se a corte suiça descobrirsse a jogada argentina e impugnasse a lista oficial, Karpov seria declarado ganhador, sem necessidade de eleição e a FADA desmascarada



Por Carlos A Lardo - Jornal argentino La Nacion, em 30-7-2010
Tradução: Ivan Kuhlmann Nogueira

terça-feira, 20 de julho de 2010

Xadrez, Poker e seus perigos.

De uns tempos para cá tem aumentado muito o número de jogadores de xadrez, principalmente jovens, que têm se dedicado a jogar poker (ou pôquer) ao vivo ou pela internet. Talvez isso se deva ao fato de que os jogadores de xadrez têm facilidade em se dar bem nesse jogo de cartas, que não envolve apenas sorte, mas uma boa dose de estratégia. Há inclusive muitos livros sobre o assunto.
Mas, ao meu ver, há necessidade de serem tomados certos cuidados. Muitos garotos (a maioria dos jogadores é formada por homens) têm parado de estudar ou ter vida social, fascinados pela oportunidade de ganhar algum dinheiro fácil, principalmente jogando pela internet. Podem programar seus horários e eventualmente ficar conectados em sites ou redes sociais enquanto jogam. Algo realmente tentador, principalmente para os mais novos, que tem aquela dificuldade natural em se programar ou seguir horários.
O xadrez pode também ser prejudicial. Quando eu tinha meus 17 anos e havia recém entrado no Clube de Xadrez São Paulo, ficava jogando pings ou assistindo partidas das duas horas da tarde até as duas horas da madrugada, que é quando o clube fechava antigamente. Quando dava fome eu subia até a lanchonete do quarto andar e comia um americano e tomava uma coca ou ia tomar mate com leite na Av. São João, perto dali. E, é claro, tinha a minha turminha, mas eu era um dos mais assíduos, por assim dizer.
Nessa época eu tinha parado de estudar. Fiquei assim uns dois anos. Minha mãe vivia ligando para o clube. Quando o telefone tocava eu até me arrepiava, tantas as ligações. E assim dias, meses, anos se passaram. Me arrependo em parte, mas por outro lado cultivei algumas boas amizades e treinei bastante ping... Voltei a estudar e algum tempo depois meu pai alugou uma máquina escrever para eu treinar datilografia para um concurso de escrevente no Estado. Estudei bastante e consegui passar. Nessa época fiquei afastado do xadrez durante três anos e me dediquei a praticar esportes, fazer academia, mudar meu círculos sociais, etc. o que foi muito bom para mim. Mais tarde voltei ao clube, mas comecei a jogar de forma mais dosada. Senti até que meu jogo melhorou um pouco!
Há muitos pais que não se importam com que o filho fique trancado no quarto  noites a fio. Pensam que ele afinal de contas está em casa em vez de estar se drogando, bebendo ou saindo com amigos suspeitos. Guardadas as devidas proporções, acredito que certas posturas são até aceitáveis. Afinal, todos nós passamos por essas fases de descoberta, deslumbramento e grande energia. Não podemos caminhar contra a maré, mas temos que estar atentos e tomar certos cuidados com o rumo que daremos a nossa vida. Devemos estudar, arrumar um bom emprego e garantir uma segurança, para então, a partir daí, nos dedicarmos a certos riscos, certos prazeres. Melhor ainda se pudermos unir o útil ao agradável, mas sabemos que não é sempre assim.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Franca dá golpe nos Regionais!

Domingo agora, eu e o MI Carlos Alejandro Martinez viajaríamos para Sertãozinho, onde participaríamos dos Jogos Regionais do interior, onde representaríamos a cidade de Franca juntamente com os MIs Wellington Rocha e Eduardo Limp.
Mandamos as fotocópias de nossos documentos há meses, para que as inscrições pudessem ser feitas com a antecedência devida e foi acertado o valor que receberíamos pelos jogos.
Mas, surpreendentemente, recebi um e-mail, dia 9 (2 dias antes de nossa viagem), enviado pelo Olynto Meirelles, que havia nos contratado, dizendo que Franca havia desistido de participar dos jogos... E sem dar grandes explicações, resignou-se a um pedido de desculpas...
 Vejam e-mail:

Caros amigos



A cidade de Franca atraves do seu responsavel do esporte ( vargas ) vargas12@gmail.com

desistiu de participar dos Jogos nas modalidades de Damas e Xadrez Masc e fem

Uma irresponsabilidade total desse senhor que apos cadastrar voces , confirmar atraves de oficio a participação no congresso tecno desiste alegando que os atletas são de fora .

O Ramon que nontou a equipe fem ja mandou um email para esse senhor e tambem para o Sr Reginaldo ( Secretario ) pedidando explicações ( feac@netisit.com.br ) . Peço fz o mesmo com copia para mim .

Infelismente no esporte ainda existem pessoas irrresponsasaveis e estou muito chateado pois o prejuizo para nos é total
tentei ajudar , mas me desculpem



Olyntho
 
Agora, tivemos prejuízo financeiro, mudamos compromissos para participar dos jogos, isso no meu caso.
Os outros jogadores que são profissionais tiveram que desmarcar aulas e foram prejudicados justamente na profissão que exercem.
As desculpas do Olynto de nada adiantam. Ele se mostra igualmente irresponsável, ou talvez mais, do que os que julga serem responsáveis pela não participação do xadrez nos jogos, pois não devia estar a par (por ignorância ou desinteresse) dos problemas que devem ter surgido. Ou talvez, tenha escondido isso.
 
De minha parte senti-me até inclinado a entrar com um processo, mas o desgaste não compensaria o prejuízo, além do que, por se tratar de prefeitura fora de São Paulo, isso daria muita dor de cabeça, o que não pagaria de forma alguma o prejuízo e chateações sofridos.
No mínimo, o Sr, Olynto deveria dar alguma compensação financeira pelo prejuízo, o que obviamente não acontecerá.
 
Infelizmente esse não é o primeiro nem será o último de cidades que dão o cano, tanto nos Regionais como nos Abertos.
De minha parte Franca, nunca mais, e fiquem espertos se o Olynto Meirelles quiser contratá-los. Periga não receberem nada, além de um inócuo pedido de desculpas.
 
Para finalizar, fiquei sabendo que Franca já teve problemas com outros jogadores em jogos anteriores. Ah, se eu soubesse...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Rádio Xadrez - Capítulo quase final...

Após mais de um mês escrevendo sobre a Rádio Xadrez, principalmente para reclamar a respeito de várias posturas incorretas, resolvi descansar um pouco desse assunto e escrever este capítulo, que espero ser o final.

 O que de fato me motivou a entrar  nesse assunto foi, sobretudo, a injustiça cometida contra meu amigo André Fernandes, senão vejamos: O André era integrante da Rádio Xadrez desde sua criação, tendo inclusive criado o programa que permitiu aos jogadores interessados que colocassem seus dados no blog para que pudessem ser contratados para os Jogos Regionais e Abertos, o que surtiu muitos resultados. Além disso, ajudou na construção da página e participou ativamente dos programas da Rádio Xadrez. 

Porém, há cerca de um mês e meio foi praticamente convidado a se retirar da RX, acusado por um dos membros de enviar SMS para sua namorada, o que não foi provado por qualquer meio, além do que o André desafiou quem o acusava de ir à Delegacia de Informática, onde poderiam ser rastreados os tais SMS. Devido a essa falsa acusação por parte de quem o André considerava seus amigos e à mudança da senha da Rádio, para que ele não mais pudesse acessar os e-mails, ele resolveu afastar-se.

À despeito de ter sido uma briga interna ou algo do tipo, os integrantes da Rádio Xadrez, de forma infantil e irresponsável, não comunicaram em momento algum (até hoje) a saída de um de seus membros. Além disso, mantiveram até o dia de ontem (7-7-2010) a foto do André no blog, como se ainda participasse da RX, mais de um mês após sua saída.

Sem dúvida a Rádio Xadrez tem sido importante para a divulgação do xadrez e à possibilidade de enxadristas de todo Brasil terem acesso a expoentes dessa modalidade, etc.

Isso, em momento algum, justifica atitudes injustas. O mais lamentável é que a Rádio Xadrez em sua vinheta diz: Eles não ficam em cima do muro... o que é absolutamente uma grande mentira, quer em relação ao André, quer em relação a outros assuntos.

Resta-me agora torcer para que certos erros sejam corrigidos, certas posturas melhoradas e a tão alardeada transparência seja de fato posta em prática.

São poucos os meios que temos a nossa disposição para divulgar ou acompanhar os eventos enxadrísticos. Tentemos então, fazer com que os poucos que temos, ajam na medida do possível de forma digna e justa, principalmente em relação à comunidade enxadrística.

Sinto-me com a consciência tranquila e a sensação de dever cumprido em relação aos meus princípios. Por outro lado sinto-me decepcionado, ao perceber que há pessoas que não têm a maturidade suficiente para lidar com alguma eventual projeção que conseguem. Há uma máxima que se aplica a esse caso:  Se você quiser conhecer alguém, dê-lhe poder.

De minha parte, continuarei acompanhando os programas, sendo que não terei problema algum em elogiar as iniciativas válidas e eventualmente criticar coisas com as quais não concorde.

Para finalizar, torço que a Rádio Xadrez tome a direção correta e use os erros que cometeu para continuar trilhando seu caminho, mas com transparência e justiça!

terça-feira, 6 de julho de 2010

GM GIOVANNI VESCOVI É ENTREVISTADO PELA RÁDIO XADREZ

COMO EU DISSE QUE PROVAVELMENTE ACONTECERIA, O GM GIOVANNI VESCOVI FOI ENTREVISTADO PELA RÁDIO XADREZ NO FINAL DA NOITE DO DIA 5. INFELIZMENTE ELES NÃO AVISARAM ANTES, PARA QUE OS MEMBROS DA COMUNIDADE ENXADRÍSTICA PUDESSEM ENCAMINHAR PERGUNTAS.

RESTA SABER SE ELES APROVEITARAM A OCASIÃO PARA EXPLICAR A SAÍDA DO ANDRÉ FERNANDES DA RÁDIO.

DE FORMA BEM DESRESPEITOSA, ELES AINDA MANTÊM A FOTO DELE COMO MEMBRO DA RÁDIO, QUANDO SABEMOS QUE JÁ FAZ MAIS UM MÊS QUE ELE SAIU, O QUE VEM AO ENCONTRO DO QUE ESTOU FALANDO ULTIMAMENTE: AGEM DE FORMA IRRESPONSÁVEL E INFANTIL. ELES NÃO TÊM QUE DAR SATISFAÇÕES A MIM, MAS AO ANDRÉ E À COMUNIDADE QUE ESCUTA OS PROGRAMAS DA RÁDIO.

SEM DÚVIDA A ENTREVISTA DO GIOVANNI É BEM-VINDA, MAS ISSO NÃO ISENTA OS PARTICIPANTES DA RÁDIO DO SILÊNCIO E DAS POSTURAS INFANTIS E DUVIDOSAS QUE VÊM TENDO EM RELAÇÃO  AOS QUESTIONAMENTOS QUE VENDO SENDO FEITOS, PRINCIPALMENTE POR MINHA PESSOA E PELO ANDRÉ, MAS QUE SINCERAMENTE ACREDITO ESPELHAR MUITAS DÚVIDAS SURGIDAS NA COMUNIDADE ENXADRISTICA QUE PRESTIGIA O BLOG DA RÁDIO.

sábado, 3 de julho de 2010

PROVÁVEL PRÓXIMA ENTREVISTA DA RÁDIO XADREZ

GIOVANNI VESCOVI SERÁ, DIA 5, O PRÓXIMO ENTREVISTADO DA RÁDIO XADREZ!

E NADA COMO UMA ENTREVISTA DE PESO PARA DISFARÇAR A SAÍDA DE ANDRÉ FERNANDES, A FALTA DE EXPLICAÇÃO E AS DUAS SEMANAS DE INATIVIDADE DA RÁDIO, FORA OS PROGRAMAS ESTICADOS.

ALÉM DISSO, PROVAVELMENTE FARÁ PARTE DESSA ENTREVISTA UM JORNALISTA.

NÃO VOU DIZER O NOME, PARA QUE A RÁDIO XADREZ POSSA FAZER ALGUMA SURPRESA. DESSA VEZ, ACHO QUE NÃO VÃO DEMORAR UMA SEMANA PARA QUE O PROGRAMA SEJA DISPONIBILIZADO, TALVEZ DIA 6 MESMO.

ESPERO QUE A RÁDIO XADREZ APROVEITE ESSA BOA ENTREVISTA, CASO ELA SE CONCRETIZE, PARA DAR EXPLICAÇÕES CONVINCENTES SOBRE A SAÍDA DE SEU MEMBRO ANDRÉ FERNANDES.

AFINAL DE CONTAS, UM JORNALISMO BEM FEITO TEM QUE OFERECER BOAS NOTÍCIAS E MATÉRIAS À COMUNIDADE E, PRINCIPALMENTE, FAZER JUS À TRANSPARÊNCIA. ESPERO SINCERAMENTE QUE ELES CONSIGAM “DESCER DO MURO”.

BOM, E SE MINHAS FONTES DE BRASÍLIA TIVEREM DADO A NOTÍCIA CORRETA, ELES VÃO “CORRENDINHO” IR COLOCAR A NOTÍCIA NO BLOG, OU NEM TANTO...

domingo, 27 de junho de 2010

Pensando sobre xadrez...

Ao contrário de outras modalidades esportivas, por assim dizer, o xadrez não permite que os jogadores extravasem com facilidade a pressão sofrida durante uma partida. O xadrez parece um jogo calmo, educado, tranquilo, pois os dois adversários ficam a uma certa distância, sentados, movimentando apenas as mãos, cruzando ou balançando as pernas, coçando, apoiando ou mexendo a cabeça. De vez em quando levantam para ir ao banheiro, esticar as pernas, observar as outras partidas ou tomar uma água ou cafezinho disponibilizado pela organização do evento. Talvez justamente aí more o perigo, pois durante uma partida de xadrez a tensão pode ser muito grande. Há jogadores que se prepararam durante dias ou meses para aquele momento. Há outros que buscam um prêmio ou a classificação para algum outro torneio. Para alguns existe o aspecto financeiro, que pode ser o prêmio em dinheiro que o torneio oferece ou então a possibilidade de serem reconhecidos como bons jogadores. Essa última  pesa muito, principalmente em relação àqueles que vivem profissionalmente de xadrez, quer seja jogando ou dando aulas. As cidades que contratam querem jogadores competitivos e os alunos querem professores que mostrem na prática aquilo que se propõem a ensinar.
E toda essa tensão acumulada fica ali, guardada. No futebol dá, por exemplo, dá pra dar um bico na bola, um pique, uma entrada dura no adversário, xingar o juiz. No xadrez nada disso! Talvez por esse motivo seja que há alguns jogadores que, ao perderem uma partida, derrubem as peças, saiam quase correndo do salão, embora as reações mais comuns sejam balançar a cabeça em uma espécie de auto-reprovação, dar risinhos irônicos, não querer analisar a partida ou então resolver analisar, mas fazer disso uma guerra pessoal, tentando mostrar que estava ganho, que calculou melhor, menosprezar os lances do adversário, desmerecer sua vitória, etc.
Mas ao meu ver, pior que demonstrar essas atitudes, algumas até bem compreensíveis, é a atitude de muitos jogadores que ganham a partida e saem dando risada ou não querem analisar porque ganharam muito facilmente e não querem perder tempo com alguém que joga muito pior ou não tem uma boa compreensão do jogo.
O que dá para perceber é  que o xadrez imita a vida. E como muito bem frisou o ex-campeão mundial Garry Kasparov: "O xadrez é a vida em miniatura". Este, aliás, possuidor de vários comportamentos questionáveis perante seus adversários, o que não se justificava nem pelo seu xadrez genial.
Todos nós em algum momento durante uma partida de xadrez fomos arrogantes ou agredimos de alguma forma, mesmo velada, nosso adversário. Certos arroubos são mais comuns. quando somos mais novos e estamos com a os hormônios e adrenalina a mil, mas o tempo nos ensina ou deveria ensinar que podemos ser mais tolerantes e menos egocêntricos.
E o xadrez, como na vida, tem muitos aspectos políticos envolvidos. Esse microcosmo da sociedade detém qualidades e principalmente muitos defeitos. Temos que nos lembrar que o xadrez é um jogo altamente individualista. Ao jogar uma partida de xadrez não estamos ajudando ninguém, apenas a nós mesmos. O xadrez de competição não ajuda as pessoas ou dá exemplos muito sadios. Visto porém, por outro prisma, o xadrez em algum momento pode ser muito útil no desenvolvimento de outras aptidões como matemática, lidar com derrotas, enfrentar problemas de forma objetiva, etc.
Nesse aspecto, vejo o xadrez como uma espécie de droga, que se consumida em proporções terapêuticas ou utilizado como mecanismo de desenvolvimento, tende a ser bem útil. Porém, quando passa a ser muito competitivo e lida com certos egos e interesses, tende a ser profundamente destrutivo.
Assim é com muitos esportes e jogos. O ideal é ter o xadrez como algo mais a nos dar prazer, a nos servir. Admiro, mas não invejo, alguns profissionais que se dedicam quase inteiramente ao xadrez, quer seja jogando, dando aulas ou vendendo livros e softwares. Não é nada fácil. E também percebo que os que se deram ou se dão bem fazendo isso, se dedicam a outras atividades de forma mais reduzida, claro. Praticar um esporte, ler livros, ver filmes, se dedicar à família e eventualmente doar um pouco de seu tempo enxadrístico ajudando os mais jovens e interessados, tudo isso faz com que os profissionais do xadrez, apesar das dificuldades, mostrem-se mais equilibrados e felizes. São aqueles que saem de seu casulo individualista e estão dispostos a repartir um pouco de seu sucesso e experiência.
Jogamos melhor quando o fazermos por prazer. Não são poucas as vezes, ao analisar uma partida com os amigos que nos surpreendemos com as idéias que surgem ou com os lances que não vimos, pois estamos curtindo isso, sem pensar no resultado.
Falar é muito fácil. Na prática é muito difícil lidar com todos esses problemas, mas se pelo menos começarmos a pensar de que forma podemos ajudar a transformar o xadrez, essa vida em miniatura, em uma ambiente mais saudável ou pelo menos livre dos piores vícios que estão aí na sociedade, estaremos fazendo com que haja mais tempo para o prazer puro e simples de jogar uma partida de xadrez.